Código: RC116
Área Técnica: Plástica Ocular
KISSING NEVUS PALPEBRAL: RELATO DE CASO E MANEJO CIRURGICO.
O Kissing Nevus é um tumor palpebral raro, com origem embrionária prévia à separação das pálpebras superior e inferior. O objetivo é relatar o tratamento cirúrgico de um caso de Kissing Nevus palpebral.
Mulher, 39 anos, branca, procurou atendimento por lesão congênita em pálpebras à direita, sem cirurgias prévias, observado crescimento há dois anos. Ao exame, apresentava tumoração palpebral que ocupava 50% do tamanho horizontal das pálpebras superior e inferior direita e continuava em canto lateral além da fenda palpebral. A lesão era pigmentada, elevada, com aspecto vegetante nas margens palpebrais, preservando cílios. Acometia as pálpebras superior e inferior simetricamente, de modo que, com os olhos fechados, adquiria aspecto de continuidade, como se fosse uma única lesão. Devido ao tamanho, a lesão impedia a oclusão completa das pálpebras com o piscar espontâneo, gerando lagoftalmo na área sem lesão. Também obstruía o campo visual na mirada lateral à direita. Acuidade visual 20/20, sem alterações em córnea ou conjuntiva, sem outros achados oftalmológicos significativos. Num primeiro momento cirúrgico, realizado “debulking” das partes da lesão localizadas nas margens superior e inferior, exérese da porção lateral da lesão da pálpebra inferior em pentágono e cantoplastia, exérese parcial das porções mais proeminentes da lesão em pálpebras superiores e inferiores. O estudo histopatológico revelou tratar-se de nevus melanocítico congênito. No pós operatório, apresentou melhora importante da função (abertura e oclusão) e da estética palpebral.
Por se tratar de tumor benigno, sem casos descritos de transformação maligna, a cirurgia para o Kissing Nevus deve priorizar o restabelecimento da função palpebral. Para o caso descrito, o conhecimento dos princípios básicos para reconstrução palpebral e a utilização conjunta de algumas técnicas clássicas permitiram a melhora funcional e também estética do quadro.