Código: RC113
Área Técnica: Plástica Ocular
CORREÇAO DE LAGOFTALMO EM PACIENTE COM ESCLEROSE LATERAL AMIOTROFICA
A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa que apresenta raro envolvimento ocular.Devido o envolvimento de tronco cerebral pode haver paralisia facial, nistagmo e ptose.O objetivo deste relato de caso é avaliar as manifestações clínicas e o seguimento terapêutico de um paciente com esclerose lateral amiotrófica e lagoftalmo.
R.G.C.G., 36 anos, sexo masculino, branco, apresentou dois episódios de úlcera de exposição tratados com blefarorrafia de urgência e lubrificantes.Em sua história patológica pregressa, apresenta esclerose lateral amiotrófica (ELA) diagnosticada há 3 anos.A acuidade visual para longe com correção em olho direito é de 20/40 e em olho esquerdo é de 20/20.Apresentava em ambos os olhos: retração de pálpebra inferior com lagoftalmo, Bell bom e em suas versões apresentava movimento extrínseco ocular preservado.Em olho direito: distância margem palpebral superior-reflexo (DMR1) de 2 mm, distância margem palpebral inferior-reflexo (DMR2) de 10 mm, escleroshow de 5 mm e lagoftalmo de 4 mm.Em olho esquerdo: distância margem palpebral superior-reflexo (DMR1) de 2 mm, distância margem palpebral inferior-reflexo (DMR2) de 9 mm, escleroshow de 3 mm e lagoftalmo de 1,5 mm. À biomicroscopia: ceratite inferior em ambos os olhos. Em olho direito havia nubécula inferior com envolvimento parcial de eixo visual.O paciente foi submetido ao procedimento cirúrgico de alongamento da pálpebra inferior com retalho tarso conjuntival da pálpebra superior (Spacer).
O papel do oftalmologista junto ao paciente com ELA é imprescindível no intuito de integrar uma equipe multidisciplinar, melhorando a qualidade de vida desses pacientes.Foi realizado o alongamento da pálpebra inferior com interposição de retalho tarso conjuntival da pálpebra superior.Essa foi a técnica escolhida pelo fato da retração ser bilateral, a obtenção do retalho ser realizada de forma menos trabalhosa e a semelhança do tecido do enxerto com o seu local de implante tornaria a resposta pós-operatória mais efetiva.