Código: RC167
Área Técnica: Retina
RELATO DE CASO: EDEMA MACULAR SECUNDARIO A NEVO COROIDIANO
Apresentar um caso de edema macular secundário a nevo coroidiano
Paciente masculino, 85 anos, diabético e hipertenso, em acompanhamento de nevo coroidiano em região temporal superior de olho direito (OD). A angiografia fluoresceínica (AGF) prévia evidenciava retinopatia diabética não proliferativa inicial. Na OCT evidenciou-se edema macular (EM) supostamente secundário ao nevo. Apresentava acuidade visual corrigida no OD de 20/200-1 e no OE de 20/50. À fundoscopia apresentava no OD: E/D ampla,microaneurismas abundantes e exsudados duros maculares evidenciando um edema macular e nevo coroidiano em polo posterior, temporal superior à mácula com drusas pequenas na região do nevo. Não apresentava alterações significativas no OE. Foi solicitada nova AGF e indicado anti VEGF para EM secundário a nevo coroidiano.
O nevo uveal é um tumor benigno das células melanocíticas derivadas da crista neural, mais comum na coróide, mas também ocorre na íris, corpo ciliar e disco óptico. É o tumor intraocular primário mais comum, acometendo cerca de 30% a 50% da população branca acima de 50 anos, com igual frequência entre os sexos. Considerando apenas o tipo coroidiano, pode estar presente em até 20% desta população. A alteração maligna é rara, cerca de 1 em 4.000 a 5.000. Geralmente são assintomáticos, mas podem acarretar redução da AV, visão turva ou distorcida consequente a acúmulo de líquido sub-retiniano seroso, degeneração cística retiniana ou neovascularização coroidiana. Quanto ao tratamento, a fotocoagulação a laser é efetiva quando a neovascularização é extrafoveal. Estudos recentes demonstraram a eficácia da injeção intravítrea de Bevacizumab no tratamento da neovascularização coroidiana, com melhora da AV na maioria dos casos. E a OCT mostrou-se adequada para o diagnóstico e seguimento destes pacientes, quanto à regressão da atividade vascular e monitoramento do edema macular. Considerando a baixa prevalência de atividade vascular associada ao nevo, novos estudos devem ser realizados para nortear o tratamento.