Código: RC069
Área Técnica: Neuroftalmologia
NEURITE OPTICA ISQUEMICA ANTERIOR NAO ARTERITICA (NOIA-NA) E A PREVENÇAO DO ACOMETIMENTO DO OLHO ADELFO POR MEIO DO USO DE ACIDO ACETILSALICILICO (AAS)
Relatar o caso de uma paciente diabética que apresentou neurite óptica isquêmica anterior não arterítica (NOIA-NA) em olho esquerdo e fez uso de ácido acetilsalicílico (AAS) para prevenção da afecção do olho adelfo.
M.I.A., feminino, 75 anos, diabética há 10 anos, compareceu à consulta oftalmológica no dia 25/08/2015 queixando-se de baixa acuidade visual em olho esquerdo há 10 dias. Refere que notou a baixa visão pela manhã, indolor, acompanhada de uma “faixa preta” em campo visual inferior e flash luminoso esporádico. Ao exame: refração de olho esquerdo +6,5 -1.00 à 150º com acuidade visual 20/30 (-3). Reflexo pupilar olho esquerdo: defeito pupilar aferente relativo; discreta anisocoria, diminuição do reflexo pupilar direto. Biomicroscopia: catarata de 2+/4+. Fundo de olho: papila pequena e vasos tortuosos em ambos os olhos, olho esquerdo com edema papilar e hemorragia peripapilar. Pressão intraocular: 12/12 mmHg. Campo visual: defeito altitudinal inferior. Angiofluoresceinografia: sugestivo de edema papilar em olho esquerdo. Conduta: uso de AAS. Realizou retornos regulares e após 7 meses evoluiu com palidez de papila e acuidade visual final de 20/60 parcial em olho esquerdo
NOIA-NA é um sofrimento isquêmico do nervo óptico e acredita-se que a oclusão dos ramos paraópticos das artérias ciliares posteriores curtas seja o sítio mais provável, favorecida ou desencadeada por hipotensão arterial. É uma das formas mais frequentes de neuropatia a partir dos 50 anos, acometendo 10/100 mil habitantes/ano. Os critérios diagnósticos são: perda visual unilateral rápida da acuidade e/ou campo visual, indolor, com sinais de edema de disco óptico, associado a hemorragias peripapilares e defeito pupilar; tendo como fatores de risco diabetes e hipertensão. Segundo a literatura, a conduta com uso de AAS ainda é incerta sobre a prevenção da afecção do olho adelfo, que pode ocorrer em 20% dos casos, mas o uso de tal medicação é corroborada quando o paciente apresenta outros fatores de risco cardiovasculares, prevenindo novos episódios.