Código: RC155
Área Técnica: Retina
MEMBRANA NEOVASCULAR SUBRETINIANA NA DOENÇA DE VOGT KOYONAGI HARADA (VKH) - UM RELATO DE CASO
Relato de um caso de membrana neovascular subretiniana (MNVSR) como complicação em paciente com Doença de VKH atendida no ambulatório de oftalmologia da UFRN.
ECBL, feminino, 22 anos, natural e procedente de São Paulo do Potengi/RN, com queixa de baixa da acuidade visual, em ambos os olhos (AO) há 03 anos, ora com melhora ora com piora. Relatava cefaléia associada, sem outras queixas. Negava comorbidades, uso de medicamentos e trauma ocular. Na ocasião foi diagnosticada com Doença de VKH e submetida a pulsoterapia com metilprednisolona por 3 dias, mantendo acompanhamento e tratamento com prednisona e azatioprina com remissão do quadro ocular. Devido a recidiva do quadro, a azatioprina foi substituída por ciclosporina 200mg/dia, não apresentando novas pioras deste então. Hoje ao exame oftalmológico, AVL: 20/60 em OD e 20/25 em OE. PIO: 14x14 mmHg em AO. Biomicroscopia: pupilas fotorreagentes, células em câmara anterior e vítreo (1+/4+) em AO. Fundoscopia: em OD apresenta descolamento seroso peridiscal, atrofia perifoveal, fundo de olho em pôr do sol; e em OE descolamento seroso peridiscal, fundo de olho em pôr do sol e MNVSR em atividade em região superior a mácula. Angiofluoresceinografia: Aumento da hiperfluorescencia peridiscal em AO; em OE: aumento da hiperfluorescencia superior a mácula (MNVSR em atividade). OCT: presença de MNVSR superior a mácula, sem acometimento foveal em OE.
A VKH é uma doença sistêmica rara, de caráter inflamatório e etiologia desconhecida, caracterizada por panuveíte bilateral, crônica, granulomatosa associada a manifestações neurológicas, auditivas e cutâneas variáveis. O envolvimento ocular bilateral é necessário para caracterizar o diagnóstico, sem história prévia de cirurgia ou trauma ocular. A paciente apresentava uveíte granulomatosa anterior bilateral, vitreíte e descolamento seroso de retina com MNVSR como complicação da doença. Estudos mostram que o diagnóstico precoce da doença e instituição de terapia agressiva são importantes para um bom prognóstico visual, como no caso em questão.