Sessão de Relato de Caso


Código: RC165

Área Técnica: Retina

INSTITUIÇÃO ONDE FOI REALIZADO O TRABALHO

  • Principal: Visão Institutos Oftalmológicos Associados

AUTORES

  • FABIANE FIGUEIREDO ALVES (Interesse Comercial:NÃO)
  • DIEGO FIGUEIREDO MELARA (Interesse Comercial:NÃO)
  • RAFAEL EIDI YAMAMOTO (Interesse Comercial:NÃO)

Título

OCLUSAO DE VEIA CENTRAL DA RETINA EM PACIENTE COM LUPUS ERITEMATOSO SISTEMICO.

Objetivo

O objetivo deste relato é descrever um caso de oclusão de veia central da retina unilateral em paciente com lúpus eritematoso sistêmico.

Relato do Caso

Paciente, sexo feminino, 54 anos, compareceu ao pronto socorro com queixa de baixa acuidade visual em ambos os olhos(AO) há 02 semanas. Antecedentes patológicos: lúpus eritematoso sistêmico (LES), depressão, transtorno bipolar e hipotireoidismo. Em uso de prednisona, azatioprina, vitamina D, venlafaxina, clonazepam e puran T4. Ao exame oftalmológico: acuidade visual com correção(AV C/C) em olho direito(OD) 20/100, em olho esquerdo(OE) 20/25. Pressão intraocular(PIO) em AO de 24 mmHg. Biomicroscopia: catarata N2/C1 em AO. Fundoscopia: OD com presença de edema de papila e mácula, exsudatos algodonosos, cruzamento AV patológicos e micro hemorragias. OE dentro da normalidade. Conduta: solicitado retinografia fluorescente que evidenciou em OD: cruzamentos AV patológicos e áreas de isquemia inferior, mácula com presença de hiperfluorescência tipo leakage, hiperfluorescência aumentada em anel escleral e lesões retinianas com hipofluorescência devido bloqueio por hemorragias em chama de vela. Tomografia de coerência óptica (OCT) com edema macular em OD. Tratado com injeções intravítreas de ranibizumabe em OD, dorzolamida e timolol em AO. Retorna após 03 injeções de ranibizumabe, sem queixas. Exame oftalmológico: AV C/C em AO de 20/25, PIO em AO de 16 mmHg, biomicroscopia mantida e fundoscopia sem edema.

Conclusão

A oclusão de veia central da retina está relacionada a importantes doenças sistêmicas, os antecedentes patológicos junto aos achados da fundoscopia direcionaram a conduta. O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença crônica caracterizada pela produção de autoanticorpos, formação e deposição de imunocomplexos que resultam na inflamação de órgãos e danos teciduais. Este caso apresenta uma grave complicação ocular que pode evoluir para baixa de visão permanente, porém se realizado diagnóstico e tratamento precoce e adequado, a chance de recuperação visual sem dano irreversível dos fotorreceptores é maior.


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