Código: RC147

Área Técnica: Retina

INSTITUIÇÃO ONDE FOI REALIZADO O TRABALHO

• Principal: Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte

AUTORES

• LORENA FIGUEROA BRAGA (Interesse Comercial:NÃO)
• ANA CAROLINA CANEDO DOMINGOS LIMA (Interesse Comercial:NÃO)
• LUIS FELIPE SILVA ALVES CARNEIRO (Interesse Comercial:NÃO)

Título

HAMARTOMA DE EPITELIO PIGMENTADO DA RETINA: A IMPORTANCIA DA PROPEDEUTICA COMPLEMENTAR

Objetivo

Relatar a importância dos métodos complementares no diagnóstico de hamartoma de EPR e apresentar a evolução do caso em paciente jovem com história de trauma ocular.

Relato do Caso

Paciente I.A.P, 27 anos, masculino, compareceu à urgência oftalmológica com queixa de baixa acuidade visual após trauma em olho esquerdo com evolução de 2 dias. Negou comorbidades clínicas e oftalmológicas. Ao exame, apresentou acuidade visual 20/25 em olho direito e conta dedos a 2 metros em olho esquerdo, não evoluindo à refração. Ao mapeamento de retina, observou-se lesão discretamente elevada, acinzentada comprometendo toda região da mácula temporal e inferior associada a proliferação vítrea. Ecografia demonstrou ecos puntiformes em cavidade vítrea, espessamento de hialóide posterior com adesão ao nervo óptico, retina e coróide aplicadas. Realizada angiofluoresceinografia com indocianina que evidenciou hamartoma de EPR associado à angiomatose retiniana. Paciente permaneceu em acompanhamento clínico mensal, pois não havia indicação de intervenção cirúrgica ou terapia com fotocoagulação a laser. Na última consulta, 5 meses após o trauma, mantinha acuidade visual e não apresentava novas queixas oculares. Realizada nova ecografia, no qual notou-se vitreosquise, vítreo aderido com protusão em cima da papila óptica, espessamento de coróide, tração retiniana e descolamento em tampo de mesa ínfero-temporal. Paciente foi encaminhado para retina cirúrgica para realização de vitrectomia em olho esquerdo.

Conclusão

Os hamartomas são tumores raros, muitas vezes confundidos com outras lesões importantes como os melanomas da coroide. Geralmente se manifestam em apenas um dos olhos. Não há predileção por cor, sexo ou raça. Localizam-se preferencialmente no pólo posterior do globo ocular, mais frequente no disco óptico ou na região peripapilar, mas podem ser encontrados também na periferia retiniana. São compatíveis com boa visão, a não ser aquelas lesões papilares muito grandes que distorçam excessivamente seu padrão, ou aquelas localizadas na mácula.