Código: RC162

Área Técnica: Retina

INSTITUIÇÃO ONDE FOI REALIZADO O TRABALHO

• Principal: Hospital Evangélico de Vila Velha

AUTORES

• THAIS GAMA CARLOS (Interesse Comercial:NÃO)
• MARIA LUIZA BOMFIM (Interesse Comercial:NÃO)
• ANTÔNIO FABIO MIGUEL SILVA (Interesse Comercial:NÃO)

Título

OCLUSAO DE RAMO ARTERIAL DA RETINA EM PACIENTE JOVEM DO SEXO FEMININO: RELATO DE CASO.

Objetivo

Relatar um caso de oclusão de ramo arterial da retina em paciente jovem do sexo feminino.

Relato do Caso

Mulher, 30 anos, hígida, em uso de anticoncepcional oral (ACO), compareceu ao serviço de oftalmologia do Hospital Evangélico de Vila Velha com queixa de baixa de visão súbita há 5 dias em olho direito e perda de campo visual inferior. Relatou episódio de amaurose fugaz neste olho há cerca de 1 mês, . Negou uveíte prévia, trauma, enxaqueca, tabagismo e etilismo. Ao exame, acuidade visual com correção de 20/30 em olho direito (OD) e 20/20 em olho esquerdo (OE). Na biomicroscopia não havia alterações e a pressão intraocular era normal. Ao mapeamento de retina (MR) de OD apresentava edema em feixe papilomacular adjacente à arcada temporal superior acometendo parcialmente região macular. A Angiografia fluoresceínica (AF) não mostrou sinais de oclusão vascular em OD. A campimetria mostrou um escotoma arqueado inferior em OD. Na ocasião foi suspenso o ACO, encaminhada ao ginecologista para novo método contraceptivo, e ao cardiologista para investigação sistêmica. A paciente voltou em 1 mês mantendo a queixa, porém com MR normal. Realizou a retinografia colorida que não mostrou alterações e a tomografia de coerência óptica (OCT) que evidenciou redução da camada de células ganglionares e na plexiforme interna de OD. Está em uso de minipílula prescrito pelo ginecologista, e a avaliação cardiológica descartou causa cardiovascular;

Conclusão

O presente relato mostra a importância do OCT no diagnóstico de oclusão arterial retiniana principalmente nos casos atípicos ou com AF normal. A redução na camada de células ganglionares comprova a ocorrência de um evento isquêmico, porém já em fase crônica ou atrófica. A paciente do relato é jovem e previamente hígida, fugindo do padrão da maioria dos casos de oclusão, e o uso do ACO provavelmente foi determinante para a ocorrência do evento, portanto, devemos suspendê-lo na suspeita de fenômenos tromboembólicos.